Tuesday, December 03, 2024

O bolo-rei

 

Sonhei que tinha ido a uma conceituada pastelaria comprar um bolo-rei. Puxando muito pela memória, não me consigo lembrar se alguma vez fiz isso. Com este sonho, fiquei sem vontade de um dia o fazer.

 

Era um domingo bem cedo. Eu cheguei à pastelaria, estava ela a abrir. Diziam que esses bolos-rei esgotavam rapidamente. havia que despachar e eu tive de me sacrificar imenso para lá chegar antes das outras pessoas.

 

Não estava lá mais ninguém. Do lado de dentro, decorria uma intensa azáfama de confecionar os bolos. Depois de esperar algum tempo, uma das senhoras disse-me que ainda não havia bolos prontos. Disse para eu me sentar. Tudo bem. Fiquei á espera.

 

Outras pessoas foram chegando e eu constatei com assombro que levavam nas mãos caixas fumegantes ainda de delicioso bolo-rei. Levantei-me e fui perguntar se se tinham esquecido de mim. A senhora disse que estas pessoas já tinham encomendado os bolos.

 

Outra multidão se juntou e voltou a sair com bolos. Já ali sentada há bastante tempo, vendo o tempo a passar, levantei-me de um salto. Aquela história não me estava a cheirar nada bem.

 

Voltei a confrontar a mesma criatura. Disse que tinha de voltar para casa, que estava com a pressa. Ela  voltou a dizer que  aqueles bolos já tinham sido encomendados. Eu estava furiosa e comecei a discutir. Algumas pessoas, já transportando caixas, voltavam atrás para me olhar com desdém.

 

A discussão subiu de tom. Eu estava mesmo a ferver. Fiquei ainda pior quando me disseram, finalmente, que os bolos tinham acabado por aquele dia. Nem queria acreditar!

 

Não sei como isto ficou. O meu subconsciente virou agulhas para outras situações.

 

No Rúben, no party

 

E à décima segunda jornada do Campeonato, o Sporting conheceu a sua primeira derrota, ainda por cima em casa.

 

A mudança de treinador fez com que a equipa perdesse o fulgor, a chama, a garra, a alegria de jogar. Mesmo Gyokeres agora até já falha golos feitos.

 

Voltou tudo ao antigamente, aos tempos em que, semana após semana, os verdes se queixavam do árbitro. Saudades dos tempos de Dias Da Cunha que sempre falava do sistema, essa entidade sombria que existia nos anos noventa e que ninguém sabia explicar com clareza o que era. Era por isso que o Sporting perdia, como perdeu nesta jornada com o Santa Clara com um golo solitário de Vinícius Lopes.

 

Também já há muito que não se ouviam assobios em alvalade. É um pouco como as músicas de natal, deixamos de as ouvir ao longo do ano e depois parecem de repente músicas novas.

 

O declínio do Sporting só vem beneficiar o Benfica e o Porto que venceram os respetivos jogos. O Braga, porque não? Também venceu. O Santa Clara também anda cá por cima.

 

Vamos ver se a nossa Liga ganha animação. Muitos já encomendavam as faixas de campeão ao Sporting, tão demolidor era o Futebol apresentado. Ficou o Manchester United sem treinador, veio buscar Rúben Amorim e as coisas alteraram-se por cá.

 

Parecem agora uns  gatinhos, estes leões outrora temidos e admirados.

 

“Memórias Minhas” (impressões pessoais)

 

De volta também a Manuel Alegre.

 

Desta vez o escritor e político traz-nos as suas memórias de uma vida longa e preenchida a nível político e a nível de carreira literária.

 

Esteve no exílio, foi e continua a ser uma referência no Partido Socialista (por extenso, como costuma dizer) e  continua a escrever e a ser premiado pela sua escrita.

 

Já li muitos dos seus livros e contos.

 

Manuel Alegre é um escritor multifacetado que tanto escreve romances, como ensaios, como poesia. Neste último género é onde mais se destaca.

 

De uma forma simples, Manuel Alegre dá a conhecer os vários vértices da sua vida.