Em dia de se fazerem
travessuras, eis que o meu subconsciente se alia à festa e me brinda
com este pedaço de pura diversão.
Isto vem no
seguimento dos últimos tempos, quando eu vou correr para a Baixa e
me aparecem mangueiras no meio do caminho a deitar água.
Quando eu era
pequena, muitas vezes a minha vizinha regava o jardim com mangueiras
que nós tentávamos apanhar para a molhar mas ela acabava
invariavelmente por nos molhar a nós.
Este sonho não se
passa na minha infância. Passa-se na atualidade. Era já quase noite
quando chegava a casa a pé vinda de Anadia. Ora a minha vizinha não
sabia que eu tinha vindo para casa, nunca iria saber que fui eu a
bufar para dentro da ponta da mangueira.
Na estrada encontrei
uma mangueira que eu sabia que ia dar à adega, ao barracão ou lá o
que era. Então que fiz eu? Pequei na ponta e comecei a soprar lá
para dentro. O barulho que dali surgiu surpreendeu-me de tal maneira,
que desatei a rir, denunciando-me.
E lá vinha a minha
vizinha, arrastando-se, com a muleta empunhada. Eu a tentar
esconder-me mas não cabia em mim de tanto rir. Aquilo fazia de facto
um barulho muito cónico.
O despertador tocou.
Lá tinha eu de ir para a rua. Sim, havia mangueiras hoje também na
rua.
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