Nunca me canso de
repetir que alguns sonhos dão argumentos incríveis para filmes de
terror e seguramente dão grandes histórias. Segue mais uma!
A novidade aqui é
que o protagonista deste sonho existe na realidade. Só posso dizer
que está bem longe. No meu sonho, toda a gente estava chocada,
admirada, horrorizada e sem palavras para exprimir o que lhes ia na
alma para comentar a situação. Tratava-se de alguém que nunca
ninguém sonhou que pudesse algum dia se transformar num psicopata
hediondo de quem tivessem de fugir e se esconder. Eu assistia pela
televisão e nem queria acreditar que o clima de verdadeiro estado de
sítio num ambiente tão pequeno onde nada se passava pudesse estar a
ser provocado por aquele indivíduo que eu não julgava capaz de
fazer mal a ninguém.
Era noite e eu
assistia ao noticiário. Havia um direto feito de um meio rural onde
meios foram disponibilizados para procurar uma só pessoa, como
faziam em tempos com Pedro Dias. Neste caso, o criminoso não estava
armado com caçadeiras, pistolas ou outras armas de fogo...estava
armado com uma marreta e escondia-se bem por detrás de árvores e
edifícios em ruínas para atacar as vítimas. Uma forma de
terrorismo? Pois resultava na perfeição. As pessoas estavam a ser
entrevistadas e a olharem para os lados para ver se ele aparecia
empunhando aquela ferramenta tão rudimentar que lhe servia de arma.
Andava a polícia a
bater aquela zona toda. Provavelmente trazia cães. Um aparato enorme
num meio rural. As pessoas nem sabiam onde se meter. Não estavam
seguras nas suas casas e muito menos na rua. Eu continuava incrédula
e ia refletindo. Nós pensamos que conhecemos verdadeiramente uma
pessoa mas, na verdade, nem nos conhecemos a nós mesmos, quanto mais
aos outros.
Iria ser um choque
para a opinião pública saber que alguém tido como insuspeito
andava a espalhar o terror numa aldeia com poucos habitantes da forma
mais hedionda.
No sonho não deu
para perceber se ele tinha morto alguém. Via apenas medo estampado
no rosto de gente simples que viu o seu sossego abalado por alguém
que certo dia só pode ter endoidecido.
Acordei a pensar
como reagiria a comunidade se aquela pessoa em particular desatasse a
fazer uma coisa dessas. Mais à frente, ainda esbocei um sorriso.
Afinal de contas, o protagonista deste sonho está lá bem longe
vivendo a vidinha dele com tranquilidade. Nada de andar por aí a
aterrorizar velhinhos nas remotas aldeias portuguesas.
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