São mais intensas, as sensações que temos oportunidade de
experimentar enquanto sonhamos. Na realidade, nem um quarto dessas emoções e
sensações conseguimos sentir. Pelo menos comigo é assim.
Andando um pouco mais preocupada com algumas situações que
tenho de resolver, o meu subconsciente ressente-se e transforma tudo isso em
sonhos um pouco estranhos e desagradáveis.
Sonhei que via televisão em minha casa. A lareira estava acesa
na sala e muitas outras pessoas estavam ali em volta da televisão. Passava um
filme ou uma série. As pessoas cavavam terra ou semeavam qualquer coisa no
campo. A certa altura, pararam e começaram a sentir um intenso mau cheiro a
decomposição. O que é ainda mais estranho nisto tudo é que eu estava também a
sentir esse cheiro com bastante intensidade e, para além do desagrado e do
desconforto que ele povocava, uma onda de medo invadia-me também.
Virei costas à televisão, não fossem as pessoas desenterrar
uma vala comum impregnada de cadáveres putrefactos. Já devem saber que eu nos
sonhos tenho medo de cadáveres, o que não acontece na vida real.
Afinal não eram corpos humanos que estavam ali
enterrados…eram gatos. Muitos gatos. Alguns eram todos brancos, ainda dava para
ver. Saí para a cozinha e comecei a fazer festas à Feijoa que ali se
encontrava, como que a sentir um corpo vivo de gato. Havia essa necessidade ao
ver tantos gatos ali mortos no ecrã.
Acordei. Não sei que horas eram mas a onda de medo e de
repulsa demorou um pouco mais a abandonar-me.
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