Eis-me de volta com mais uma descrição de um sonho daqueles
que não gosto de ter. Quando acordei, havia barulho no andar de cima e ainda
não eram duas da manhã. Estas noites são intermináveis.
Eu pensava que eram aí umas cinco da manhã, tal já era a
actividade onírica. Afinal, terá sido por eu me ter deitado bastante cedo.
A cena fabricada pelo meu subconsciente passa-se entre a
minha eira, o meu quintal e a estrada. Andava no quintal com a minha mãe a
apanhar tapetes e outras peças de roupa que ainda se encontravam húmidas. Não é
que fosse chover para haver pressa em as apanhar. Estava era a ficar de noite.
A hora tardia de um Sábado sem chuva não inviabilizou que passasse
à minha porta a pé um cortejo fúnebre. Como a claridade já não era muita,
viam-se perfeitamente as velas e os vultos das pessoas a rezar e a fungar. Parece
que o falecido até era um senhor da minha terra que por acaso já morreu aí há
coisa de vinte anos. E ia para o cemitério de Vila Nova?
Nós seguimos o cortejo mas eu ia com uma comichão danada
numa perna que ia cheia de borbulhas. Tinha de parar quase de minuto a minuto
para me coçar avidamente e como se não houvesse amanhã. Entretanto o cortejo
seguia e eu ficava para trás.
Quando voltei a adormecer depois de ter acordado, o cenário
do sonho não se alterou.
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