Esta é a história de uma noite atribulada, tal como
atribulado já terá sido o dia.
Sonhei que ia de férias em pleno mês de Novembro para a zona
de Leiria. Tinha de apanhar o autocarro escolar na minha terra mas o autocarro
nos sonhos chega sempre quando eu estou a arrumar as coisas, vá lá saber-se porquê.
O veículo era de uma tonalidade azul-escura e por pouco não levava mesmo com
ele em cima.
Entrei e verifiquei se tinha tudo o que era necessário para
uma semana passada fora de casa. Comecei por constatar que não levava máquina
fotográfica, estava eu no meio da algazarra das crianças que iam para a escola.
Bem, não havia problema. Sempre tinha o telemóvel. Continuei a verificar as
coisas.
Pois bem, tinha telemóvel…mas o carregador tinha ficado em
casa. E agora? Como ia fazer? Comecei a vasculhar furiosamente as coisas a ver
se o tinha trazido ou não. Na minha bolsa grená, apalpei algo que se parecia
com o carregador. Estava safa! Não, não era o carregador…era o cabo da máquina fotográfica.
Mas que coisa! Trouxe o cabo da máquina fotográfica e não trouxe a máquina,
trouxe o telemóvel mas não trouxe o carregador. De que mais é que eu me
esqueci?
Esperem. Isto não ficou por aqui. Saí onde não era para
sair. Deveria ter ido até Anadia. E agora? Fiquei ali impotente a ver o
autocarro arrancar. Apesar de estarmos em Novembro, estava de manga curta e
sentia o Sol quente a bater-me nos braços e na cara. Pior que me esquecer da
máquina fotográfica e do carregador do telemóvel, só mesmo sair no sítio
errado. O autocarro já lá ia. Não sei se o consegui apanhar de volta. O despertador
tocou.
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