Ultimamente tenho sonhado com cada coisa. Esta noite foi
repleta de aventuras mas fico-me só por esta, que traz muito que contar.
Tudo começou com uma ida à praia com amigos. À vinda para
Coimbra, deixámo-nos ficar no autocarro e não saímos na Rodoviária, como era suposto.
Estávamos na conversa ou algo assim.
O autocarro andou uma enormidade de tempo e deixou-nos numa
paragem longe de tudo. Olhávamos e não víamos ninguém. Nem casas havia por ali.
Que estranho!
Começámos a andar maldizendo da nossa sorte e fomos dar a
uma urbanização com edifícios de apartamentos relativamente novos. Andámos mais
um pouco e fomos dar a uma espécie de retail ou zona industrial. Vimos uma
multidão enorme ali e fomos até lá.
Parece que a RTP 1 estava ali a transmitir a emissão em
directo como faz de manhã e à tarde para entreter o povinho. Já se sabe que as
pessoas nessas ocasiões largam tudo e vão até lá só para terem a oportunidade
de aparecer também na televisão, fazendo as delícias dos seus familiares que
podem estar a ver no Estrangeiro.
A azáfama prosseguia, apesar da animação. Funcionários
fardados atendiam os clientes e registavam as compras. Estava no interior…do
Recheio de Coimbra. Agora teríamos de nos aguentar por lá, pois só teríamos
autocarro à noite.
Misturámo-nos com a festa. Eu aparecia a dançar com um amigo
meu. Já era de tarde e a animação não cessava. Andava a ver se via uma colega
minha mas lembrei-me que era segunda-feira e ela estaria de folga. Continuei a
divertir-me.
Foi então que me abordaram com uma proposta para vir
trabalhar para o Recheio. Começaria no dia seguinte. Iria substituir um funcionário
que desapareceu e nunca mais voltou. Essa agora!
Nessa noite, eu separava as coisas desse funcionário que
iria substituir de um armário para ficar com uma gaveta livre para colocar as
minhas ainda parcas coisas. Estava algo apreensiva com tudo isto que aconteceu
de repente e sem eu contar. A esperança era que a minha amiga me ajudasse no
dia seguinte.
Logo de manhã, todas as atenções estavam incomodamente
viradas para mim. Até parecia que eu ia assinar um contrato milionário ou algo
assim. É que já lá estava um batalhão de jornalistas para fazer a cobertura
desta minha…transferência.
Sentei-me e foi-me apresentado o contrato. Eu olhava em
redor. Os jornalistas não desarmavam. No
dia seguinte, se calhar, nem à rua poderia sair. Era incrível. Mas porquê todo
este alarido? Talvez fosse a primeira pessoa portadora de deficiência visual a
trabalhar no Recheio.
Eu continuava apreensiva. Não me agradava ter tão escassos
autocarros para me deslocar.
Acordei ainda incrédula com este sonho. Ele há com cada uma!
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