Sempre senti grande curiosidade desde tenra idade sobre
temas do oculto e do sobrenatural. Cresci a ouvir na minha aldeia algumas
histórias sobre a presença de espíritos de pessoas que já morreram.
A mais flagrante destas histórias tinha a ver com o mito de
que uma senhora que se havia envenenado andava pelas ruas a aparecer às
pessoas. Muita gente tinha medo de sair à noite. Também se contam histórias
sobre determinados locais assombrados. Cresci a ouvir tudo isto e ainda pedia à
minha avó que contasse algumas dessas histórias que ela sabia. Sabia uma
quantidade delas que, na altura, julgava ser uma quantidade infinita.
Ao mesmo tempo que crescia e ia ouvindo algumas histórias
sobre a presença do sobrenatural, ia questionando se isso era ou não verdade,
se eram mitos que foram passando. Depois, com o tempo, fui lendo algumas coisas
sobre isso…e continuo a ler até hoje.
Zibia Gasparetto faz um programa de rádio no Brasil onde os
ouvintes enviam os casos que conhecem sobre a presença de espíritos. Ela compilou
alguns destes casos nesta obra que muito me fascinou. Há um pouco de tudo aqui.
Desde sonhos premonitórios, àqueles casos em que todo o meio ambiente é mudado,
aparecendo casas que ninguém sabe onde ficam. Aquele tipo de coisas que eu
associo muito a crenças orientais mas que, segundo a autora desta obra, têm a
ver com o aspecto que foi aquele local em outras eras.
Isto agora dava aqui pano para muito se escrever. Que existe
alguma coisa, não haja dúvidas. Se lhe podemos chamar espírito, alma, autonomia
do nosso cérebro após a morte, isso já é algo a que não consigo responder. Nós
sonhamos todas as noites, somos transportados pelo nosso subconsciente a locais
mais ou menos estranhos, estamos na presença de pessoas completamente
desconhecidas, visitamos sempre os mesmos locais que também não conhecemos na
realidade. A nossa mente leva-nos até onde queremos ir. Faz com que construamos
uma realidade paralela, com imagens bem vincadas. Faz-nos regredir ao passado,
no meu caso, isso tem acontecido com bastante frequência e, ao longo destes
últimos anos, tenho recordado do nada alguns acontecimentos sem importância que
já tinha esquecido. Alguns deles remontam mesmo ao tempo em que era mesmo muito
pequena. O último desses episódios para o qual fui transportada, assim como
quem não quer a coisa, foi o reviver muito intenso de uma ocasião em que estava
no Hospital de Aveiro. Numa manhã, estava a vasculhar tudo, como fazia (era
terrível). O Sol incidia numa parte do chão. Eu tinha encontrado vários pares
de sapatos e estava a aparelhá-los. Eu já me tinha esquecido disso mas, há uns
dias atrás, fui transportada para lá. Não só as imagens me povoam a mente,
substituindo por vezes a realidade que me rodeia, como tenho também sensações
olfactivas. Muitas vezes apenas consigo sentir o cheiro de um determinado local
ou objecto. Isto acontece assim do nada e eu fico intrigada. Já me disseram
para começar a escrever essas coisas sempre que me lembrar delas. Por que razão
isto acontece? É estranho.
Quem gosta destas histórias fantásticas, deve ler esta obra.
Vai valer a pena.
Regresso a Jeff Abbott. Depois de “Pânico” vou ler “Medo”.
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