“Ladrão De Cadáveres” (impressões pessoais)

Ver também: “Este País Não É Para Velhos (impressões pessoais)”

Coloquei o post sobre outro livro que li há tempos porque achei a história demasiado semelhante. Alguém anda por ali, como quem não quer a coisa, num lugar onde passa pouca gente, e vê riquezas perto de um cadáver. No caso deste indivíduo que é o narrador desta história é cocaína. No caso do outro foi uma mala de dinheiro proveniente da luta entre traficantes de droga.

Patrícia Melo, uma escritora brasileira, coloca o protagonista a contar as suas aventuras e desventuras, a sua saída de São Paulo (onde ele estava a ser ostracizado pelos colegas por ter batido numa sua colaboradora que depois se viria a suicidar) e vinda para o Pantanal onde vivia uma vida normal, até que foi pescar para o rio e presenciou a queda de um avião com um único tripulante. O protagonista deste livro foi até lá e ainda assistiu aos últimos momentos do piloto. Então ele resolveu levar os seus pertences e constatou que na mochila havia um quilo de pura coca. Se é o protagonista a contar as peripécias (que são muitas e variadas) é porque não morreu como o indivíduo que achou a mala com o dinheiro na obra que citei acima.

Ele não contava que o cadáver tivesse desaparecido, provavelmente comido pelos muitos animais selvagens e pelos peixes carnívoros que abundam no Pantanal. O azar dele foi não ter reportado logo o acidente mas não o fez com a ganância da riqueza que a droga lhe viria a dar. E os sarilhos também.

Vale a pena ler. Trata-se de uma história tipicamente brasileira mas que se lê de uma penada. Muito boa mesmo. Aquele desenrascanço típico dos brasileiros está aqui bem presente.

Também se vai ler bem a obra que se segue. Tão bem que já está quase toda lida e ainda só comecei ontem. Basta dizer que foi escrita pelos bem portugueses Bruno Nogueira e João Quadros.