Thursday, May 15, 2014
Serra de sensações
A chuva miudinha que se fez sentir quando saí de casa e que me obrigou a apanhar um autocarro até às instalações da ACAPO não estragou o nosso dia no Parque Biológico de Miranda do Corvo.
Percorrendo trilhos de terra batida, fomos levados à descoberta de animais domésticos e selvagens. Para mim, porcos, cabras ou galinhas não me dizem nada porque me habituei a contactar com esses animais lá em casa e desde que nasci mas foi emocionante ver colegas meus que ali estavam, e que são cegos totais, a delirarem pelo simples facto de poderem tocar e alimentar um animal desses.
Eu estava mais desejosa de ver outros animais que não tenho lá na aldeia. Aves, peixes, javalis e até ursos estavam nas minhas cogitações, para além da perspectiva de andar a cavalo.
À medida que o dia ia avançando, começou a ficar agradável passear-se pelo campo. Para depois do almoço estava então marcado o baptismo de andar a cavalo. Havia quem tivesse medo, quem fizesse estranhos e cómicos pedidos para a eventualidade de cair do cavalo e morrer e quem se sentisse ansiosa como eu.
Vi colegas a sair do cavalo com medo mas isso não me intimidou. Estava ali para experimentar algo de novo. Quando chegou a minha vez de subir para cima da égua (era uma égua), sentia alguma apreensão. Aos primeiros passos, tive medo de cair dali abaixo mas depois comecei a conversar com o senhor que levava a égua. Era um velho conhecido meu quando estive em Miranda e já não o via desde essa altura. Ele chegou a ir aos Jogos Paralímpicos e eu fiz-lhe uma entrevista para depois publicar no jornal de Miranda do Corvo. Na altura andávamos os dois no Desporto e o tema da conversa foi esse. Depressa esqueci que estava em cima de um cavalo e o receio desapareceu.
Depois das emoções fortes de andar a cavalo, fomos para um labirinto de árvores de fruto para tentarmos adivinhar de que árvores se tratavam. Os frutos ainda estavam verdes ou não existiam ainda, o que dificultava a tarefa. Havia também quem estivesse com medo de não sair do labirinto, o que provocou que o resto do pessoal ainda começasse a gozar e a dizer que soltavam os ursos à noite para apanharem e comerem quem não tinha conseguido sair do labirinto das árvores.
Sobre os ursos, retenho uma historia curiosa. Eles estão por detrás de um muro alto e, para as pessoas os poderem ver, há umas janelas de vidro muito grosso e resistente. Uma senhora que também ali estava a visitar o parque lia a placa que descrevia todas as características deles. A certa altura, leu que os ursos comiam outros mamíferos e, como se diz em bom Português, “passou-se”. Imediatamente pensou em cavar dali para fora, antes que os ursos que se encontravam a dormir por detrás dos vidros voassem, os partissem e resolvessem servir-se dela para refeição. É que a coitada da senhora penava que os ursinhos só comiam erva. Resumido, se quiser observar ursos, não se esqueça de verificar primeiro os seus hábitos alimentares.
Ainda houve tempo para jogos tradicionais e para fazermos algumas compras. Eu comprei por brincadeira…um urso. Este é pequenino e de peluche mas eu apregoei aos sete ventos que trazia um urso.
Ficam as fotos para poderem ser apreciadas. Recomendo a visita ao Parque Biológico em Miranda do Corvo. É um programa agradável para toda a família.
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