Thursday, May 15, 2014

Festival Eurovisão 2014 (segunda semifinal)

A Polónia passou à final do Festival Eurovisão da Canção no próximo Sábado. E daí? E daí que a canção polaca ainda consegue ser pior do que a da Islândia. Elas não cantam, guincham. E passaram.



Inicialmente fiquei com uma sensação de injustiça por esta semifinal ter menos um país a concurso do que a primeira em que participou Portugal mas logo me arrependi. As cações desta semifinal pareciam ser mais fortes e não me enganaria se dissesse que desta semifinal saísse a canção vencedora deste ano. Desde logo tínhamos aqui a Roménia com aquela dupla que ficou em terceiro lugar em 2010, a Grécia que também traz uma canção que é capaz de cativar o público e a Áustria que parece ter cativado a simpatia dos presentes. Já lá vamos falar de cada uma delas!

Começo por falar de Israel. A não passagem à final terá ficado a dever-se a uma participação menos conseguida da sua intérprete. Eu penso que ela tentou tanto dar tudo no início, que acabou por se espalhar ao comprido no fim. Acontece. Foi pena!



A Noruega traz a concurso alguém que não é cantor profissional. Trata-se de um carpinteiro chamado Carl Espen que conseguiu cantar, encantar e emocionar quantos o ouviam. Também um bom exemplo para Portugal. Não é necessário fazer-se vida da música para se singrar na Eurovisão. Há por aí muita gente que sabe cantar ainda melhor do que os profissionais e ainda continua escondida. É para isso que agora surgem os concursos de captação de talentos mas o problema é que eles são escolhidos sempre pelo público e o público português tem péssimo gosto musical. Adiante, que vem aí a Áustria!



Bem, fiquei na dúvida quanto ao género do intérprete da canção da Áustria, como toda a gente terá ficado. Trata-se de uma mulher perfeita vista de longe mas com um pormenor intrigante: a barba. Já têm participado no Festival Eurovisão travestis e transsexuais (o caso da vencedora do Festival de 98 é o exemplo mais gritante) mas a principal preocupação de um transexual que quisesse mudar para mulher era cortar com qualquer característica masculina como é o caso da barba. Um transsexual que quisesse passar de mulher para homem não se apresentaria maquilhado, com o cabelo comprido e de vestido. Essa é a minha dúvida. Não se trata de um transsexual, como a cantora de Israel que venceu em 1998 que mudou de sexo e hoje é uma mulher de pleno direito. A voz também não ajuda muito, visto que é indefinida. Se estivéssemos no The Voice, os mentores virados de costas não saberiam distinguir se quem estava a cantar era um homem ou uma mulher. Quando virassem as cadeiras, mais dúvidas lhes haviam de assolar o espírito. Há muitos cantores assim com este registo. Estou-me a lembrar de Russel Hitchcock dos Air Supply. Depois lembrei-me de algo na apresentação da canção. A certa altura diz-se que foi uma criação de alguém. Estava aí explicado. Será um homem mas que se veste de mulher como fazendo parte da sua criação artística e a originalidade como o faz, simplesmente mantendo a barba, será um ponto a favor nesta sua apresentação no Festival. A criatividade e a originalidade, para além dos dotes vocais (que também tem) são muito valorizados. O público rendeu-se a Conchita Wurst (nome da personagem) e o ruído durante a sua actuação foi ensurdecedor. Não sei se isso é indício de uma vitória no Festival mas já vi cantores muito aplaudidos nas semifinais que não venceram. Estou-me por exemplo a lembrar da Islândia em 2010.



Falo agora da canção da Finlândia. Disse desde logo que a canção não ia passar porque, no meu entender, a banda estava muito colada à referência dos Coldplay. Apenas isso. A canção era boa até. Eu gostei. Acabaram por passar. Ainda bem!



Falando de criatividade e originalidade, da Suíça chega alguém cuja actuação foi fantástica. Faz lembrar um pouco a actuação da Noruega em 2009 que lhe deu a vitória mas o nosso amigo suíço (que é advogado de profissão) introduz mais instrumentos na sua actuação, para além do violino utilizado pelo norueguês em 2009. Inclusive aplica o seu dom do assobio para convencer o júri. Muito bom mesmo!



Apesar da crise, a Grécia leva sempre participantes capazes de convencer a Europa da sua qualidade. Posso gostar ou não das músicas (desta até gosto) mas eles lá estão sempre na final e este ano vai acontecer de novo. Como podem ver, a canção é contagiante.



Finalmente falo da Roménia e dou graças a Deus de esta dupla não ter calhado na semifinal de Portugal (bem, eles não estiveram na semifinal connosco e não passámos na mesma, que diferença faria?). Para quem não se lembra, estes intérpretes estiveram no Festival de 2010 e ficaram em terceiro lugar (que na prática era o segundo porque esse Festival foi intrigantemente atribuído à Alemanha que não merecia de todo). Este ano trazem uma música melhor, na minha opinião. Os concorrentes deste ano é que são diferentes dos de 2010 mas não deixa de ser uma dupla com currículo no evento. Aqui ficam as canções de 2010 e a deste ano!





Sábado teremos a grande final. A canção de que mais gosto? A da Holanda. A de que menos gosto? A da Polonia. Quem eu acho que vai ganhar? A Roménia pelos antecedentes no evento e a Grécia por levar uma canção muito atractiva para o público.

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