Wednesday, March 05, 2014

A carrinha nova do meu pai

Tanto tempo sem ir até casa, já me admirava que não surgissem sonhos do calibre deste que passo a contar.

Pela enésima vez, sonhei que estava na rua ao início de uma tarde algo nublada. Olhei para cima da ladeira e vi algo preto e branco que já se contorcia na estrada, provavelmente atingido por um veículo que não tinha visto passar.

Vinha uma longa fila de veículos atrás uns dos outros que desciam vertiginosamente a ladeira, sem tempo de travar. O primeiro deles, vendo algo a contorcer-se na estrada, para não lhe tocar, travou a fundo. Os veículos que vinham atrás já não foram a tempo e isto resultou no facto de os veículos irem todos ter ao fundo do pequeno quintal que fica junto à casa da minha vizinha.

Do amontoado de latas retorcidas que ali estava, fazia parte a novíssima carrinha de tons avermelhados que o meu pai havia comprado recentemente, imagine-se. Estava simplesmente partida ao meio.

Parece que, apesar do aparato, não houve vítimas a registar. Quanto ao ser preto e branco na estrada, parece que era um pequeno cão e não a Teka.


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