Já não vou a casa há algum tempo e isso nota-se no meu subconsciente. Nestas ocasiões, tenho sempre ou quase sempre o mesmo tipo de sonhos. Sonho que chego a casa e não encontro alguma das minhas gatas. Por vezes chego a encontrar a casa despida de animais domésticos. Um autêntico vazio, uma autêntica desolação.
Desta vez sonhei que cheguei a casa era já noite. A minha mãe justificou a ausência da Feijoa com uma história digna de ficção. Já aqui tenho dito que os sonhos são surpreendentes e encontramos neles a inspiração para histórias rocambolescas que queiramos escrever que não encontramos em vigília.
A minha mãe contou que, naquele tempo que mediou a última ida minha a casa e o meu regresso que agora se dava, Feijoa havia dado à luz…duas cachorras brancas, imagine-se. Como a minha mãe não queria as cadelinhas, chamou o veterinário para as abater com veneno.
A minha mãe guardou as pequenas cadelas em local seguro para no dia seguinte as colocar no lixo ou enterrar mas a Feijoa, com o instinto materno bem apurado, foi-as buscar e estava-as a lamber, tentado com isso devolver-lhes a vida.
Feijoa ia absorvendo o veneno das suas ciras, por isso mesmo, foi necessário o meu pai dar-lhe um golpe de misericórdia, tirando-lhe também a vida.
Ouvindo tal relato, comecei a chorar compulsivamente. As lágrimas tolhiam-me a visão. A tristeza invadia-me. Queria que aquilo fosse mentira, um sonho, um pesadelo e…de facto era mesmo um pesadelo.
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