Thursday, October 25, 2018

Reencontro

Viana do Castelo acolheu as comemorações do vigésimo nono aniversário da ACAPO. Mais de duzentas pessoas marcaram presença e não faltou a boa comida, a animação com a música tradicional do Norte baseada nas desgarradas e, claro está, o convívio entre os participantes que aproveitam as ocasiões para estarem cara a cara.

No meu caso, para além de também encontrar velhos amigos, falo de um reencontro especial e comovente.

Toda a gente sabe que o cão-guia é um animal especial que tem como missão auxiliar as pessoas com cegueira total nas suas deslocações. Eu não sabia que os cães-guia tinham uma memória incrível também. Fiquei impressionada com o comportamento deste cão. Nem tenho palavras para o descrever.

Antes de serem entregues ao deficiente visual que vai ficar com eles, os cães-guia que são formados em Mortágua são entregues a uma família de acolhimento que cuida deles e os vai ensinando um pouco. Muitas dessas famílias de acolhimento são de Coimbra. Em Julho de 2015 (vi isso posteriormente pela data de algumas fotos) passeávamos pelo Choupal quando vimos uma dessas famílias de acolhimento passeando um cão-guia que ainda não tinha dono atribuído. Junto a uma árvore, eu fiz festas a esse cão e tirei uma foto com ele. Perguntámos se o cão já tinha nome e responderam que se chamava “Veleiro”. Descreveram-no como sendo um animal muito dócil e delicado, ideal para ser atribuído a uma senhora.

Três anos depois, em Viana do Castelo, “Veleiro”- o cão-guia que esteve comigo breves minutos no Choupal- veio ter comigo antes ainda de ir cumprimentar o cão-guia do presidente da delegação da ACAPO de Coimbra. Também eu tinha a sensação que conhecia aquele cão de algures. Foi quando a dona me disse como ele se chamava que logo me lembrei de onde o conhecia. Do Choupal. Fiquei impressionada com o facto de o cão me ter reconhecido alguns anos depois e, sobretudo, depois de nem cinco minutos ter convivido com ele.

Há coisas incríveis.

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