Há dias, a caminho
do nosso convívio na Guarda, abordava com alguns amigos como este
estranho fenómeno chamado tempo altera os nossos gostos musicais ao
longo dos anos.
Tenho aqui
apresentado casos de músicas das quais não gostava e que passei a
adorar, outras que se tornaram músicas banais quando cresci mas que
faziam as minhas delícias de infância. Não me estou a lembrar de
uma música que tenha sido despromovida a detestável depois de tanto
a venerar quando era mais nova.
A que apresento hoje
faz parte do grupo de músicas dançáveis doa anos oitenta que eu
adorava. Hoje não passam de músicas que simplesmente gosto de ouvir
e recordar, sem aquela paixão e encantamento de outrora.
A história que
tenho com este tema das Bananarama remonta a finais de 1988. Sei isso
porque foi dias depois de as rádios locais terem sido obrigadas a
fechar portas. Era uma tarde de Domingo em finais de Dezembro.
Sentia-me triste e doente. Uma angústia dominava-me. Não sei ao
certo o motivo de estar assim. Se calhar não havia. Segundo consta,
já sou depressiva desde tenra idade.
Nem as minhas rádios
favoritas havia para ouvir. Estavam todas encerradas. Somente havia
as rádios nacionais que passavam músicas que na altura não eram
muito do meu agrado. Sempre ficou para ouvir a RFM e, sobretudo, a
Rádio Comercial. Foi esta última que adotei para ouvir. Que
remédio! Julgo que já disse aqui isto mas a Rádio Comercial da
altura a que estes factos remontam não tinha nem um pouco a ver com
a Rádio Comercial que as pessoas conhecem hoje.
Havia, no entanto,
um vazio enorme a apoderar-se de mim naquela época- não tinha a
minha música favorita para ouvir. Era já noite quando, na Rádio
Comercial, um programa abriu com esta música. Outra expressão se
apoderou do meu rosto. Era como fazer uma longa caminhada ao sol sem
poder beber água e, de repente, alguém me dar um copo de água
fresca. A essa música seguiram-se outras de que gostava para me
animar mais ainda.
E assim foi passando
o serão, ouvindo um pouco das minhas músicas favoritas.
No comments:
Post a Comment