Mas onde raio é que o meu subconsciente foi buscar isto? Um
jovem belga muito bonito que participou no Festival Eurovisão há uns tempos e
que…trabalhava na recepção de um local que eu frequentava.
Tudo começa quando eu visito aquele estabelecimento que eu
não sei se era uma representação onírica muito alterada da ACAPO ou se era
outra instituição onde trabalhavam algumas pessoas da ACAPO. Algumas. Outras
eram tão diferentes como o local onde estavam.
Bem, entrei eu lá naquele local, o que quer que aquilo
fosse, e as pessoas, mesmo as que eu conheço há anos, começaram a tratar-me
abaixo de cão. Mesmo pessoas que tenho na realidade em muito boa estima. Esse
Hervé, também foi na cantiga e também ele me tratou como as outras pessoas me
estavam a tratar. Como eu tinha um fraquinho por ele, não aguentei e desfiz-me
em lágrimas quando falava também com alguém ao telefone. Ele estava ali ao meu
lado e reparou que as lágrimas teimavam em se soltar dos meus olhos.
Eu pousei o telefone e deixei rolar o pranto. Queria sair
dali para fora mas ele pegou na minha mão e perguntou-me carinhosamente o que
se passava. Logo as minhas lágrimas secaram, pois claro. Eu fui dizendo que
tinha sido por as pessoas me tratarem mal quando cheguei, especialmente uma
delas que conheço há anos. Nunca julguei que me pudesse tratar assim com quatro
pedras na mão. Mentira! Eu comecei a chorar precisamente porque também ele me
tinha tratado assim mas agora era todo sorrisinhos para mim.
Começámos ali a conversar. Eu ia reparando no quão bonito
ele era. A música foi o tema da conversa. De Futebol ele não percebia nada.
Estava a viver cá em Portugal e tinha arranjado este emprego. Já falava Português
correctamente. A sua vinda para cá deveu-se a questões de saúde.
Eu perguntei-lhe se ele não gostava de participar em
programas de captação de talentos cá. Não me estava a ocorrer o nome do “The
Voice”. Era engraçado ele ter participado no Festival Eurovisão há alguns anos
e estar ali à minha frente. Recordei aquela noite e disse-lhe que a minha mãe
até o tinha achado muito bonito e dizia que ele cantava muito bem. Sim, era
verdade.
Ele disse que tinha formado uma banda aqui em Coimbra e que
compunham alguns originais. Ali estivemos um bom bocado a conversar
animadamente como dois velhos amigos que há muito se conheciam.
Depois sonhei com o Festival propriamente dito. Liguei a
televisão às nove horas…e já ia na canção onze. Que chatice! Afinal tinha
começado às oito. Só podia. Saudei, no entanto, o regresso da Turquia ao
Festival Eurovisão. Estavam cerca de vinte canções a concurso naquela semifinal
mas Portugal não participava nela.
Acordei ainda antes de o despertador tocar. Ainda estava
escuro mas os dias estão a ficar mais pequenos.
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