Antes de adormecer estive a ouvir notícias de toda a ordem e feitio. Estive a ouvir uma entrevista do presidente de empresários de Futebol em Portugal dizendo, entre outras coisas, que qualquer pessoa a partir de Maio pode ser representante de um jogador de Futebol e depois as notícias davam conta da venda de casas a estrangeiros. Mas não eram uns estrangeiros quaisquer. Eram sói estrangeiros que tinham dinheiro, não como estes que o meu subconsciente arranjou ao processar esta última informação.
Havia uns imigrantes de Leste que viviam numa casa abandonada na minha terra. Eram uns quatro ou cinco. Certa noite, tinha eu chegado a casa depois de longa ausência e notei que eles discutiam à minha porta. Obviamente não entendia o que diziam mas dava-me bem com um deles. Tratava-se de um indivíduo que eu achava atraente, com uns cabelos louros, pele clara e olhos azuis. Ele também andava sempre atrás de mim. Achava eu que ele era mal empregue em andar a trabalhar no duro.
Tinha o Facebook dele e reparei que eles, através dos telemóveis, discutiam em Português para que as outras pessoas entendessem. Chegava a ser hilariante: eles estavam frente a frente, até discutiam pessoalmente uns com os outros mas também enviavam mensagens de telemóveis que estavam a escassos centímetros uns dos outros. Perguntei à minha mãe o que é que se passava. Ela disse que eles tinham comprado em leilão e por uma pechincha uma casa em Mortágua mas não sabiam dos documentos. Então eles culpavam-se uns aos outros e andavam zangados.
Sem dinheiro e sem casa, os imigrantes tinham de se virar para outras actividades. O tal indivíduo que acima descrevi convidou-me para ir a um restaurante (coisas do subconsciente, ele não tinha dinheiro). Eu recusei e disse que tinha de assistir ao leilão…de jogadores que também estavam a ser vendidos para o Futebol Português. Agora era assim. Ele mostrou-se interessado e quis também assistir. Estava ali uma bela oportunidade de negócio. Além disso, podia estar um pouco mais comigo desde que não me chateasse.
Acordei sem saber que horas eram. O telemóvel tinha ficado a carregar e não podia acender o candeeiro para ver que horas eram. Tinha a sensação de que o despertador não tinha despertado e que já eram horas.
Voltei a adormecer e a sonhar com os mesmos indivíduos até que o despertador tocou. Afinal ainda não eram bem horas de acordar.
No comments:
Post a Comment