É sempre uma aventura dirigirmo-nos a qualquer estabelecimento de Saúde nos dias que correm. A decadência destes serviços é bem palpável e não há ministro nenhum que possa desmentir que as coisas estão mal, que o cidadão comum, aquele que não vai às clínicas privadas, sabe bem como realmente estão as coisas.
Desta vez deparei-me com a máquina das senhas avariada e com uma senhora a distribuir papelinhos escritos à mão para fazer de senhas. Claro que isso ia dar confusão. Mas sempre podemos perguntar: e quando não havia o sistema de senhas, como nos governávamos? É a mesma coisa que perguntarmos como é que se vivia há não muitos anos atrás sem telemóveis ou computadores. A avaria na máquina das senhas veio gerar ali o caos.
A senhora bem tentou colocar ali certa ordem mas há sempre um incrível barulho na sala de espera que faz com que as pessoas não ouçam nada, até mesmo quando são chamadas dez vezes para se apresentarem nas consultas.
A certa altura, estava alguém a tirar um café da máquina e a luz foi abaixo. A sala mergulhou na escuridão e ainda mais alto se elevaram as vozes. Esse tal fenómeno incrível de se fazer ouvir na escuridão ainda mais do que quando há barulho. Além disso, como é que a senhora via os números das senhas para chamar as pessoas? É que nem a luz natural do exterior ajudava. O tempo estava fusco mesmo.
Eu já me ria (havia de chorar?). Depois ninguém queria ir ligar o quadro da luz. Primeiro que se decidissem…
Finalmente alguém voltou a ligar a luz que tinha ido abaixo mas a máquina de tirar bebidas ficou completamente descontrolada. Não dava trocos e também não dava as bebidas que as pessoas lhe solicitavam. Era estranho.
Por acaso a mim encheu um copo com uma mistela cremosa que não parecia ser café. Não houve problema, eu bebi-o na mesma. Houve outras pessoas que ficaram sem dinheiro e sem bebida.
E está assim narrada mais uma aventura nos Covões.
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