Os sonhos por vezes tornam-se autênticas viagens no tempo.
Viagens a locais que fizeram parte das nossas vidas, que nos terão marcado, que
já nem sequer nos lembramos como eram. Nos sonhos, os locais são do passado mas
temos a idade que temos agora na realidade e as actividades que ali praticamos
são completamente estranhas.
Esta noite regressei a um local desses que, se me pedissem
para o descrever ou me falassem dele, não o conseguia fazer. Hoje já posso
graças a este sonho.
Quem andou na escola primária de Vale De Avim sabe que havia
um corredor ou um átrio antes de se entrar na sala de aula. Eu já não me
lembrava disso, volto a referir. Era ali que pendurávamos as lancheiras, os
casacos e os guarda-chuvas quando chovia. Também era ali que permanecíamos
sempre que o tempo também não estava de feição para se ir para o recreio.
Foi nesse local e na sala de aulas que decorreu esta
estranha actividade que consistia em enfiarmos umas máscaras de borracha que
pareciam bolas cortadas ao meio e, com uma espécie de faca de plástico com
serrilhas, friccionávamos a borracha e isso emitia um som…muito melodioso,
diga-se.
Imaginem muita gente a friccionar as máscaras de borracha ao
mesmo tempo? Aquilo era incrível. Não sei explicar. Esse foi apenas um de
muitos estranhos “instrumentos musicais” que ali se inventaram. Porque, lá diz
o outro “nada se perde, tudo se transforma”. Dos meus tempos de escola
lembro-me sim de se colarem dois copos de iogurte um ao outro depois de encher
com areia e fazer uma espécie de macacas ou lá como isso se chama. Uma coisa
dessas nunca vi.
No comments:
Post a Comment