Tuesday, April 08, 2014
“Clarabóia” (impressões pessoais)
Aquando da morte de José Saramago em 2010, foi revelada a vontade do escritor português que expressava por escrito o desejo de ver publicado um romance inédito que havia deixado.
A vontade foi feita e o livro saiu para as bancas. Eu comprei um exemplar e li-o agora nos últimos dias.
Mais uma vez, José Saramago expressa a sua originalidade nesta obra ao dar o protagonismo principal a um prédio. Sim, o personagem principal nesta obra não é um Ser Humano ou outro ser vivo. É um prédio.
Nesta obra não se acompanham os inquilinos do prédio ao exterior. Só quando eles chegam a casa é que se faz um pequeno resumo do que lhes aconteceu na rua mas sem pormenorizar muito. Faz-se de conta que estamos perante um Big Bhother, digamos assim. A acção é alternada ente os vários apartamentos que compõem o prédio e dá a sensação que a história é narrada tal como o prédio a narraria, caso tivesse o dom de escrever ou contar. O narrador não está na primeira pessoa mas isso não importa para o caso.
Esta obra peca pela pouca acção e suspense que contém e pelas histórias que ficam a meio. Não se chegam a saber os desenvolvimentos do assédio de Paulino a Maria Cláudia e não se chega a saber se Amélia descobriu que Isaura terá também tentado possuir a irmã, inspirada pelo romance que andava a ler.
Ficou-se apenas a saber que Carmen ia partir para a Galiza com o filho (não se chegou a saber se ia voltar) e Abel deixou a casa do sapateiro Silvestre após Caetano ter enviado uma carta anónima a Paulino dizendo que este tinha um caso com a sua amante Lídia. Nada mais se sabe.
Bem, se eu quero acção, suspense, mortos e feridos, não é em Saramago que encontro. É em Tess Gerritsen. “O Clube Mefisto” é a obra que já me encontro a ler.
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