Monday, February 14, 2011
“Ouvi um barulho”
Ainda estava a ler quando ouvi um barulho de algo que chiava. Parecia um pássro, um gato ou algo assim. Fartei-me de escutar de onde vinha o barulho mas pareceu-me vir de dentro de casa.
Quando me fui deitar, voltei a ouvir o mesmo barulho e resolvi abrir a janela para verificar a sua origem. Na rua só ouvi pessoas a falar e mais uma vez fiquei com a sensação de que o barulho vinha de dentro de casa.
Ia já a fechar a janela quando o filho da minha senhoria me bateu furiosamente à porta e me perguntou se estava tudo bem. Eu respondi afirmativamente e apenas lhe disse que abri a janela por causa de um barulho que tinha ouvido. Ele disse, para grande surpresa minha, que me bateu à porta porque também tinha ouvido um barulho de alguém a cair. Eu não tinha explicado que tipo de barulho tinha ouvido.
Gerou-se a confusão. Ele bateu efusivamente à porta do quarto ao lado do dele onde estava hospedado um senhor que devia estar a dormir profundamente e não ouvia as pancadas na porta que eram cada vez mais violentas e acompanhadas de gritos pelo seu nome.
Ouvindo tal algazarra mesmo à minha porta, levantei-me descalça e fui ver o que se passava. O filho da minha senhoria já desesperava porque do outro lado não se ouvia um som que fosse e as pancadas na porta ou os gritos acordariam um cemitério inteiro.
Por fim a voz ensonada do hóspede fez-se ouvir aquando de um grito mais intenso pelo seu nome. Vendo que aquele hóspede estava bem, o filho da minha senhoria correu ao andar de cima mas nada tinha acontecido.
Enquanto isso, identifiquei o barulho que eu própria estava a ouvir e que foi em parte responsável por este rocambolesco episódio. O que chiava era a máquina de lavar roupa na cozinha. Para minorar a chinfrineira, a minha senhoria já tinha encostado a porta.
Tudo se foi dentar nos seus quartos e a confusão acabou.
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