Fim de semana de
festa na aldeia. Para abrir, uma sessão de Karaoke. Não interessa
se as pessoas cantam bem ou mal, o que interessa é divertirem-se.
Houve um senhor que arrasou cantando estrondosamente bem...e houve
este desastre.
Por acaso eu
estava-me a divertir mas houve uma altura em que a corrente elétrica
que alimentava o palco simplesmente foi abaixo. Parece que a festa
prosseguiu alguns minutos mais tarde mas o episódio fez com que me
viesse embora do arraial mais cedo e viesse todo o caminho a rir-me
descontroladamente, arrependendo-me e penitenciando-me por não ter
colocado o telemóvel a filmar, a fazer diretos par as redes sociais
ou algo que o valha. Não estava a fazer porque a senhora em causa
cantava mesmo muito mal e arriscava a cantar temas da Adelaide
Ferreira, algo que é muito difícil de cantar, como toda a gente
sabe. Antes ela tinha cantado o “Papel Principal”. Agora estava a
dar os primeiros acordes de “Dava Tudo”. Estava mesmo a cantar
muito mal, ainda pior do que da primeira vez. Extremamente
desafinada, tão desafinada que a corrente elétrica que já
fraquejava deixou o palco completamente mudo e às escuras e a
“Adelaide Ferreira” ficou ainda de boca aberta, com a nota em
suspenso, cabeça erguida, microfone na mão, completamente estática.
Toda a gente se começou a rir. Aquela nota foi demolidora, sem
dúvida. Costuma-se dizer que quem canta mal parte os vidros das
janelas, esta deita a corrente elétrica abaixo.
Será que alguém
filmou? É que aquela situação dava um vídeo brutal. Imaginem a
cena: ela a cantar esganiçando-se toda, as luzes do palco todas a
brilhar com mil cores. De um momento para o outro, tudo fica escuro e
silencioso em cima do palco. A cara com que a senhora que estava a
cantar ficou é algo de inesquecível. Estou a escrever isto, a
reviver a imagem e ainda me estou a rir.
Para a próxima que
ela for cantar, não pode dar tudo, poderá dar quase tudo que sempre
é mais fácil de cantar.
Não sei se foi por
causa dos problemas com a corrente elétrica no primeiro dia das
festividades mas, nos dias que se seguiram, o palco mudou de sítio.
Na minha opinião, passou a haver menos espaço para se dançar.
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