Tal como sempre acontece quando tenho consultas dos olhos nos Covões, foi com grande apreensão que saí de casa nesta manhã algo fresca de quarta-feira.
O medo de desenvolvimentos no meu estado clínico era imenso, sobretudo porque estou numa fase em que tudo me está a correr muito bem no meu trabalho e eu estou muito feliz por isso. Na medida do possível, sinto-me agora realizada. Só não me sinto feliz na plenitude porque tal é impossível sempre com esta herança genética a impedir que a minha felicidade e realização pessoal atinjam a plenitude.
Se acontecer alguma coisa agora, vai ser um rude golpe para as minhas aspirações. Não sei que mal fiz para merecer isto. Da outra vez também tudo me corria bem. Estava a fazer progressos notáveis no Desporto quando finalmente tinha ajuda, os meus artigos e reportagens estavam a ser bastante elogiados e havia a promessa de outros voos, tinha conseguido ao fim de muitos anos realizar o meu sonho de fazer rádio e ainda surgiu uma proposta de fazer o estágio profissional para uma publicação desportiva onde eu ansiava trabalhar. Tudo acabou num ápice e o meu futuro a partir daí foi uma longa e dolorosa travessia do deserto. Fiquei mesmo sem nada. Acontecer isto de novo seria o fim.
Esperava pela minha vez no corredor onde sempre aguardo com ansiedade que nada de grave aconteça. De referir que foi o último suspiro de vida do meu mp3. Depois disto nunca mais voltou a funcionar.
Chegou a minha vez. Entro sempre naquele consultório como quem entra na sala da forca. Aquele aparelho de medir a tensão ocular é assustador.
Finalmente recebo a notícia de que tudo se encontra na mesma. São as melhores novidades que podem haver. Que alívio! É com a sensação de um peso que me foi tirado de cima das minhas costas que regresso ao trabalho. Estava quase eufórica com o desfecho desta consulta.
O dia de trabalho correu lindamente. Não disfarçava a minha felicidade. Desta já me tinha safado.
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