Levantei-me bastante cedo para ir tratar da burocracia necessária para segunda-feira ter tudo preparado para começar a trabalhar. Havia-me deitado bastante tarde mas estava destinado que quando chegasse iria fazer uma merecida sesta.
Quando os meus pais saíram, fiquei um bom par de horas a aturar aquele pequeno cão que está cada vez mais chato e com os dentes cada vez mais afiados. Já não aguentava mais de tanto me rir com as tropelias dele.
Quando eu o deixei entretido com alguma coisa que achou no terraço, lá fui dormir um pouco e embarcar na senda de sonhos altamente disparatados.
Primeiro sonhei com batatas fritas enormes que deixava cair por todo o lado e depois apanhava do chão. O filho do meu vizinho também as estava a apanhar e ia comendo ainda mais do que eu. Aquelas batatas estavam algo queimadas e ensopadas em óleo.
Depois veio o rol completo dos disparates. Era um concurso televisivo que era um reality show com a mistura de quantos programas televisivos andam por aí. Saliente-se que eu não costumo ver nenhum.
Os concorrentes tinham de fazer toda a espécie de variedades, desde dança, canto e representação. Iam depois a uma final para ser decidido qual o seu fim no concurso. Tenho a impressão de que já sonhei com uma coisa dessas há tempos mas não tenho a certeza.
Os concorrentes estavam numa casa vigiada por câmaras e ali iam vivendo a sua vida. Estavam a ensaiar para uma gala que haveria num domingo á noite. E qual seria o prémio para quem vencesse essa final?
Para o primeiro classificado não sei qual seria o prémio mas havia coisas muito estúpidas que aconteciam a alguns dos concorrentes que tinham obrigatoriamente de mostrar o seu melhor se não queriam ser sacrificados.
Houve uma concorrente que venceu um prémio bastante original- uma inseminação artificial cujos dadores eram todos os seus colegas. Ela engravidaria do que calhasse. Já um outro concorrente ganhou uma espécie de suicídio assistido. Era o António, do apelido não me recordo, e imitou Tony Carreira.
Tudo sobre esse concurso vinha destacado numa espécie de revista cor-de-rosa expressamente publicada para o efeito. Eram páginas e páginas com fotos dos concorrentes na casa a prepararem-se para o grande dia.
Sonhei igualmente que me cheirava a esturro na sala e eu andava a ver se acaso era o meu computador a pegar fogo.
Enfim…depois de aturar os disparates do cão, eis que disparates ainda maiores me povoam o espírito enquanto durmo. Na verdade, os sonhos que se têm quando dormimos da parte da tarde são os mais disparatados de todos.
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