Sonhei que estavam
muitas pessoas reunidas na eira de minha casa. Pareciam os belos
tempos da matança do porco. Só que não era um porco que iam
matar...era a Feijoa.
Eu estava bastante
apreensiva, apesar de me ir embora dali a nada. Não iria assistir a
esse momento.
Feijoa encontrava-se
enroscada nuns farrapos a um canto. Tinham-na molhado com uma
mangueira- vá-se lá saber para que fins. Talvez fizesse parte de um
ritual macabro, sei lá.
Não havia nada a
fazer. Vergada pela idade e pela doença, Feijoa tinha de ser
abatida. Aqueles homens reuniram-se ali para acabar cruelmente com
aquela vida a quem nunca faltou amor e carinho.
Feijoa estava a
lavar-se, tentando secar a água que lhe colocaram para cima. Eu
abraçava-a de forma sentida. As lágrimas toldavam-me os olhos. Um
sentido quadro de despedida. Parecia estar a adiar o inevitável.
Quando eu saísse
dali, saberia que a vida da Feijoa chegaria também ao fim. Isso
fazia-me doer por dentro. Estava difícil de aceitar.
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