Este blog inicialmente nasceu para eu nele narrar os
desafios que me vão surgindo no meu quotidiano inerentes às minhas dificuldades
visuais.
A mudança é um constante desafio para quem tem uma deficiência.
Normalmente encaramos as mudanças com algum receio e apreensão mas também são
oportunidades de desafio, de nos pôr à prova, de nos tesar. Com maior ou menor
dificuldade, acabamos por nos adaptar.
Partilho aqui com os parcos leitores deste humilde blog como
eu estou a tentar adaptar-me a alguns novos métodos do meu trabalho. A lei da
medicina do trabalho que é a área onde eu estou inserida mudou este ano. Isso
implicou que as fichas de aptidão médica adoptassem um novo modelo.
Confesso que fiquei um pouco perdida porque me tive de
adaptar a esta nova realidade mas, com maior ou menor dificuldade, vou fazendo
o meu melhor. Habituei-me a que as fichas antigas variassem de médico para
médico ou de loja para loja. Tinham tipos de letra diferentes, o que me
facilitava a vida criando referências.
Agora as fichas são todas iguais. Como vou eu procurar uma
ficha no meio de milhares? Sou eu que as emito. Nada de referências ou de tipos
de letra diferentes. Agora teria de ler uma a uma para procurar a que queria.
Então fiquei pasma com a ideia que tive para ultrapassar
este obstáculo. Eu própria me surpreendi com a forma rápida com que contornei
este problema. Agora os médicos do trabalho colocam vinheta ou carimbos nas
fichas para as validarem. Pois bem, os carimbos e as vinhetas são diferentes e
posso-os tomar como referência. Começo a notar que as vinhetas do médico A são
azuis, as do médico B são em tons rosa, o médico C colocou um carimbo com
letras pretas em negrito, o médico E usa um carimbo com letras azuis…
Para colocar esse meu método em marcha, eu viro as fichas ao
contrário. Em vez de ler os nomes das lojas que antigamente me serviam de
referência, cinjo-me ao carimbo ou à vinheta.
E assim contornei eu mais um obstáculo que me estava a
preocupar um pouco.
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