Ameaçava chover a qualquer momento mas nada iria estragar o
programa para este Sábado.
De manhã rumamos a Tentúgal para visitarmos alguns
monumentos e, claro está, para descobrirmos os saborosos pastéis de Tentúgal.
A nossa primeira paragem foi na Igreja da Misericórdia.
Trata-se de uma igreja que marca a diferença. Assim que entramos, damos conta
de que não é uma igreja como as outras. Para começar, o altar está acima dos
nossos olhos, há que subir umas escadas para ir até lá ao cimo. Tudo ali é de
pedra, embora com bastante cor e bastante realismo. Notei que não há
passadeiras vermelhas estendidas no chão, como vejo em todas as igrejas onde
entro.
As representações em pedras esculpidas por Tomé Velho são de
um realismo incrível. Nota-se que o artista se empenhou a fundo por criar algo
que perdurasse ao longo dos tempos. Nos tivemos oportunidade de tocar no túmulo
de Cristo em pedra. A imagem de Jesus deitado no túmulo está perfeita. Nem um
pormenor foi deixado ao acaso.
à
Saímos da igreja e fomos até à Capela de São Brás. A capela
também é simples mas encerra ali muitas histórias. A mais curiosa prende-se com
as mãos de madeira de São Cristóvão. Conta-se que sempre que alguém adoecia e
ficava sem apetite para comer, tinha de ter uma mão daquelas de madeira de São
Cristóvão debaixo da almofada. Contam que até resultava. O pior é se um dia
havia ali um surto de gastrenterites ou algo assim que debilitasse muito. É que
as mãos só são duas e já estão bem lascadas.
Seguiu-se o Convento Do Carmo que serviu até ao início do
Século XX para albergar a Ordem Das Carmelitas Calçadas. Ficámos maravilhados
com a roda que servia para dar e receber produtos e com as histórias que aquelas
gastas paredes de pedra também encerram. Vimos como as freiras assistiam à
missa de modo a não serem vistas pelo resto da população e vimos também um
presépio feito em barro.
Para terminar, havia que provar os pastéis de Tentúgal
regados com um saboroso chá de laranja, manga e açafrão. Estavam uma delícia!
Em Coimbra não chovia. Ameaçava chover a qualquer momento
mas não estava mesmo a chover. Depois de almoçar, fiquei no café a ver
televisão. Estavam a transmitir directamente das imediações do Estádio Cidade
De Coimbra onde a Académica ia jogar com o Glorioso SLB.
Tinha planeado esperar o autocarro do Benfica e fui até lá
depois. Não arranjei bilhete para ver o jogo. Se o autocarro viesse a tempo,
ainda iria à Piscina.
Juntou-se uma verdadeira onda vermelha para esperar os
craques. Provavelmente nem toda a gente tinha bilhetes. Mesmo assim, havia que
dar força aos nossos craques. Foi o que eu e muita gente fez quando finalmente
avistámos o Vermelhão. Não nos cansámos de gritar aos nossos jogadores que dali
a cerca de uma hora iriam entrar em campo.
Depois de ter vindo da Piscina, regressei ao café para
assistir ao jogo pela televisão. Mal cheguei, a Académica colocou-se em
vantagem mas havia que estar confiante. Eu também torço pela Académica que
também precisa de pontos mas quero, acima de tudo, que o Benfica seja campeão.
Ainda por cima o adversário directo é o Sporting de Jorge Jesus que faz de tudo
para nos deitar para baixo.
Foi sofrer até ao fim. Até à altura em que Raul Jimenez fez
o 1-2 e nos deu mais três pontos preciosos para esta árdua luta pelo campeonato.
Findo o jogo, fui a pé para casa. Como estava equipada à
Benfica, muita gente me abordou, apesar de ser de noite. Muitos perguntavam-me
se o Benfica tinha ganho. Outros já sabiam o resultado e partilhavam a sua alegria
comigo.
Estava exausta quando cheguei. O dia havia sido longo.
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